Monday 30 November 2009

Red Suitcase

Here is a video of a public performance about chance and lost moments, by Max Dovey, in which I helped in as camera operator.



Check Max's blog and youtube page.

Saturday 21 November 2009

'the mirror and the lamp, two common and antithetic metaphors of the mind',
Plato versus Lord Byron
the eternal dance

Friday 20 November 2009

Por as ideias no sitio (nao acentado outra vez)

Entao a ideia e' escrever um ensaio sobre os pontos fortes e fracos da perspectiva auteurista (se me permitem a transformac,ao clandestina) como me'todo de critica. Ha' ja' muita coisa escrita sobre o assunto, e de forma supreendentemente mais inteligente do que o costume em Film Studies, portanto torna-se fa'cil criar uma daquelas tipicas listas de pro's e contras, onde se vai acrescentado pontos e se espera ate' ver qual das colunas e' maior para decidir que lado apoiar.

Do lado dos pro's (isto e', as razoes pelas quais podemos considerar a perspectiva auteurista um me'todo de critica eficaz, quanto mais completo e abrangente) temos o facto de promover uma leitura mais visual do filme, pois reconhece o mise-en-sc'ene como a derradeira construc,ao cinematogra'fica, a conjunc,ao dos elementos responsa'veis pela criac,ao de significado ao longo dos planos e sequencias do filme. Ou seja, reconhece no filme as propriedades de imagem, som e performance como as essenciais na sua articulac,ao comunicativa e portanto os materiais (chamemos-lhes assim) para a construc,ao da obra de arte. Parece muito fa'cil perceber isto, mas considerar qualquer coisa academicamente leva muita letra e de facto a critica antes da gerac,ao de ouro dos Cahiers do Cin'ema nao pensava nestes termos, e se nao tivesse sido apresentada esta perspectiva, as nossas expectativas e considerac,oes sobre cinema seriam completamente diferentes.

A partir daqui, as vantagens ramificam-se. A partir do facto de se considerar o mise-en-sc'ene como a verdadeira arte no cinema e' lo'gico considerar o seu responsa'vel como o verdadeiro artista no cinema, dai a perspectiva do realizador como auteur, cuja visao pessoal se manifesta em todos os elementos do filme e se sobrepoe ao texto na criac,ao de significado. Isto criou tambe'm o culto do realizador, uma idolatrac,ao da mente por tras da camara em vez da imagem do actor, que de facto e' tambe'm so' um meio por onde a visao dessa mente omnipotente se manifesta.

A atitude com que se veem filmes mudou. Um novo tipo de cinefilia: desta vez um grupo mais atento, mais analista, quase como detectives 'a procura de pistas, mensagens especificas que o realizador, atrave's do seu controlo da semiotica da imagem, espalha no ecran, que nos vao dar uma interpretac,ao mais profunda sobre o que se passa ali. Hitchcock, Sirk, Godard, Fassbinder, Lynch, Tarantino...a niveis diferentes, e com publicos-alvo diferentes, todos eles jogam com o entendimento que o publico vai adquirindo da sua linguagem mise-en-sc'enica (mais uma liberdade linguistica, se me permitem, a emigrancia complica o cerebro), como que lhes ensinando a forma como falam para poderem ser entendidos. No caso de alguns, metalinguistico per se, sem mais nenhum objectivo do que a satisfac,ao de compreender.

E' assim actualmente que se ve cinema intelectualmente: criticos sentados ao lado uns dos outros na fila de tras, expressando o seu entendimento por fungadelas de desprezo ou satisfac,ao (raramente surpresa, pois isso seria ridiculo) para com os truques que o realizador lhes apresenta. Either you get it, or you don't..e' esse o espirito.

Ora, este tipo de critica e', a meu ver, extremamente antiquado e ja' o era quando apareceu. Apesar de ter como base uma considerac,ao essencial e na minha opiniao verdadeira (imagem, som e performance como materiais da construc,ao artistica cinematografica) encara-a de uma forma incrivelmente romantica! O realizador, enquanto responsavel pelo mise-en-scene, e' sim o elemento crucial do processo de criac,ao do filme mas de forma nenhuma nos podemos esquecer que o cinema e' uma arte colaborativa, e a imagem nao cabe so a esse papel, mas tambem 'a criatividade do cinemato'grafo e do operador de camara. Basta pensar na parceria entre Orson Welles e Gregg Toland em Citizen Kane, geralmente considerado o melhor filme de todos os tempos. E mesmo que se desvalorize a narrativa no cinema, como elemento demasiadamente litera'rio, o argumento (isto e', a estrutura da mensagem) e' igualmente essencial e nao parte necessariamente do realizador.

A ideia de que o realizador e' a mente por detra's da obra e' totalmente equivocada, e' um mito que serve o cinema numa perspectiva muito mais comercial do que como critica artistica. Alia's. numa visao alargada do cinema (incluindo documentario, experimental e curta-metragem, para ale'm de ficc,ao) a intenc,ao criativa da projecc,ao final pode ser totalmente estranha ao realizador, e normalmente nas grandes produc,oes de entretenimento, e'. O que nao significa, no entanto, que o filme em si perca o seu valor artistico. E' ai que esta' o grande contra da perspectiva auteurista como me'todo de critica: induz uma expectativa errada em relac,ao ao filme.

O cinema e' uma arte colaborativa, sensorial, com um potencial de projecc,ao/identificac,ao como nenhuma outra, possivel de moldar em va'rios formatos e ge'neros e ainda manter-se intelegivel. Fazer dela um jogo de adivinhas e' deixar-se ficar muito 'a superficie, um insulto 'a potencialidade do meio. Este me'todo de critica promove esta atitude na industria, nos criadores, e no pu'blico - e o cinema abafa e morre, por concretizar...



Este e' o esqueleto do ensaio. A desenvolver.

Augu'rio

Vai sem acentuac,ao e com cedilha falsa so por picuice subversiva, porque os teclados dos senhores do mundo nao pretendem incluir as excentricidades das culturas estrangeiras e nao simplificadas.

Tenho hesitado nos ultimos meses vir para o Squeeze the Sponge porque cada vez mais sinto a necessidade de partilhar informacao e discutir ideias internacionalmente, mostrar o meu trabalho seriamente e como um fluxo de pensamento a uma audiencia (que ai estiver) global. E o Squeeze nao e o lugar para isso. E', para mim, um espac,o portugues, uma comfort zone onde nao ha grandes expectativas nem grandes exigencias. Onde fico contente com considerac,oes mais ou menos adolescentes, sem grande consequencia. E quero criar algo mais que isso. Quero um espac,o que reflicta a minha atitude perante a arte, perante a sociedade, que publicite o meu trabalho e onde eu o possa desenvolver 'a vista de todos. Infelizmente, isso significa, para os meios actuais, algo em ingles. Que parec,a saudosista, mas tem muita importancia para mim a lingua em que escrevo ou falo ou penso, principalmente a dualidade entre o portugues e o ingles porque fui crescendo com as duas e a cada uma associando um tipo de discurso, determinada area de pensamento. Necessitar de transportar tudo isso para a mesma por uma questao de afirmac,ao artistica custa-me, mas teria de ser assim, eventualmente.
Com tudo isto quero dizer que o Squeeze vai continuar por uns tempos em portugues, e quando voltar a ter tempo (daqui a 3 semanas) vou-me dedicar a construc,ao de um site com bio, cv, trabalho e blog e a partir dai passar a isso e facebook como meios de divulgac,ao e networking.
O Squeeze passara' a ser um deposito de imagens, suponho... ainda nao decidi bem. Nao o quero deixar morrer, este blog acompanhou as maiores transformac,oes por que passei... So quero poder partilha-las com mais gente.
ALERTA EMIGRANTE!

Wednesday 18 November 2009