Wednesday 20 May 2009

Mudança de cenário

Tenho andado a ver e ouvir demasiadas coisas para conseguir actualizar o blog com uma coerência aceitável. Principalmente, muitas das coisas que tenho visto e ouvido não tiveram consequência suficiente para virem aqui parar, ou foram logo substituídas por outras coisas. Além disso, preparar para a viagem... baah, enfim, vocês sabem.

Antes de vir embora, fui finalmente ver a exposição do Hussein Chalayan, o designer de moda que saiu da Central Saint-Martins e fez imenso sucesso por reflectir nas suas colecções preocupações com tecnologia e diversidade cultural. Esta exposição era, à semelhança da exposição que vimos no Barbican do Viktor & Rolf, uma retrospectiva da carreira desde o seu início, mas ao contrário da outra, esta não estava muito bem montada, aliás, cada vez mais penso que não estava nada bem montada e irrita-me ter pago para a ver. Falharam várias coisas ali. Primeiro mostravam apenas uma peça de cada uma das colecções, ou quando mostravam várias, era todas do mesmo momento dentro da exposição; mau, porque o Chayalan na maior parte das vezes apresenta o desenvolvimento do tema ao longo da própria colecção e ver só uma peça vale de pouco, ainda menos se a peça não mostrar a característica particularmente creativa da colecção. Realmente naquele museu não tinham muito espaço para estar a fazer grandes amostras do trabalho dele, mas porque não escolheram peças melhores não percebi. Dá para admirar a inteligência do corte, que até para mim que sou meia lerda nestas coisas era evidente, mas aquilo que vamos lá ver não. A forma como podiam ter ultrapassado esta falta de espaço era apresentar as colecções inteiras com vídeos dos desfiles, mas só fizeram isso com duas. Mostravam ao menos os vídeos e animações que o Chalayan também faz, bem interessantes até pelo ambiente clínico com que apresenta o futuro, além disso ele também é daqueles que acredita numa multi-projecção com vários pontos de vista. É uma pena a forma como os vídeos estavam apresentados, de forma a que só podia vê-los de forma desconfortável e portanto toda a gente os passava à frente. É uma falta de respeito da parte dos museus não providenciarem as condições necessárias para uma peça ser vista e com vídeos as condições são quase sempre péssimas, desde o som, à projecção, a ter de se ficar de pé feito idiota durante 20 minutos. A forma como eles são apresentados devia ser totalmente repensada.
Uma exposição muito bem montada foi a do Picasso na National Gallerie. Eles exibiam trabalhos que ele fez sobre as obras e técnicas de mestres da pintura que o antecederam, e tanto os temas excolhidos, como a distribuição pelas salas e a informação estavam impecavelmente tratadas. Parece que não, mas faz toda a diferença a forma como se monta uma exposição, principalmente se se vai vê-la sem guia, e ainda mais se se paga.

Entretanto voltei para Portugal e já houve mais coisas do que eu estava à espera. No Plano B houve o vinte, XX, 20 e no Mercado Negro em Aveiro houve a Kimya Dawson. Por 3 e 6 euros, respectivamente. Nada mau. O vinte, XX, 20 até teve duas ou três bandas que podem dar qualquer coisa e a Dawson foi como se esperava, tocou algumas músicas do álbum mais recente, para crianças, muito giras. O Mercado Negro é simpático. Fazem sessões de cinema meias clandestinas de filmes da Checoslováquia que já nem existe, peças de teatro amador lá da cidade e concertos com gente catita. Aveiro é muito indie.

E é assim. Vou ver se faço agora o stop motion que ando a planear há tanto tempo. E se vou ao Piolho cravar bebidas xD

Friday 15 May 2009



Daqui a 3 dias faz 29 anos que o Ian Curtis decidiu isolar-se.

Vi o Control no Teatro do Campo Alegre quando saiu. Não me vou esquecer. Revi-o agora e achei-o ainda mais assustador. Joy Division ressoa e tem um poder que não compreendo, nem consigo descrever.
Nunca consegui. Nem falo disto.

Monday 11 May 2009

The Feel-Good Film of the Decade (so they say in the UK)

Não foi para o Twitter porque é demasiado grande.

Slumdog Millionnaire:
1. É impressionante a predisposição do povo indiano para se renderem ao fenómeno da televisão. Não sei o que é que na cultura deles os preparou para isso, mas até parece genético.
2. Danny Boyle e números de dança de Bollywood no final. O filme é um espectáculo visual. Todos os ângulos que possamos imaginar, cortes espectaculares e variedade de qualidade de imagem e cor. Muito Bollywood neste filme, mas acho que o Danny Boyle também andou a ver muito daquele estilo comédia/terror/artes marciais de Hong Kong.
3. O que o filme vende é o destino. Pois...
4. Ver este filme às 6 da manhã pode ir para a lista das coisas que não têm explicação.
5. Ter um compromisso no banco a seguir, também parece coisa estranha.
6. Depois falo do concerto dos Black Dice e dos outros.
7. Porque eu sou da geração da partilhe, encontrei no youtube uma das minhas primeiras memórias. Não é fantástico?

Thursday 7 May 2009

How Arthur Became King

Acabou o primeiro ano de Middlesex, o único. Para o ano, coisas melhores virão. Para já, já foi bom. Pessoas fixes, alguns amigos, dois professores muito bons. Conversas esquisitas com gente esquisita. Imensos filmes, muito livro, muita pergunta, alguns vídeos, algumas animações.

A última animação foi uma experiência em grande. Uma comédia de low expectations, piada idiota de quem quer aproveitar-se de se poder dizer tudo para dizer alguma coisa a sério - não, a brincar.



Espero que funcione. Ou mesmo que não funcione, ao menos que vos divirta. Não há assim muito que eu queira dizer sobre isto sem conversa, tem mais piada responder a reacções.

By the way, agora que acabou o ano oficialmente (porque as aulas já tinham acabado há mais de um mês, incrivelmente...) vou comprar uma câmara, ir a alguns concertos, visitar o Barbican e o ICA e as galleries, fazer algumas compritas estratégicas e voltar para Portugal, para o Verão. Os planos deste Verão são: acabar de tirar a carta, ir a um ou dois festivais, desenvolver pelo menos quatro novos projectos, levar avante o You Against You (e torná-lo no grande acontecimento do Verão), ler as coisas que andei a comprar ultimamente e apanhar muito sol.
Mas eu não acredito em planos. É só para provocar..

Wednesday 6 May 2009

Dadas



Tape holds things that cannot stick
and keep leftovers in the fridge
while lessons learned go down the drain
I can't believe in everything
All the bad names gone
And the good ones were all wrong

And so I stayed up all night
Slept in all day
This is my sound
Thinking about tomorrow won't change how
I feel today

Da da da-da-da-da, da da da
Da da da-da-da-da

Never let your mark erase
'cause broken legs can be replaced
two steps to the finish line
three sips till I finish mine
a straw will always suck it out
close your eyes and use your mouth
And tell me about your song

And so I stayed up night
Slept in all day
This is my sound
Thinking about tomorrow won't change how
I feel today

Da da da-da-da-da, da da da
Da da da-da-da-da

Saturday 2 May 2009

4 - Vídeo



Novo vídeo, baseado na performance do Joseph Beuys 'Filz TV'. Existência - ligação virtual vs física. Não vou explicar tintim por tintim, porque isto não foi trabalhado conceptualmente o suficiente para eu me pôr para aqui com teorias, simplesmente é uma reacção a tudo o que me anda na cabeça e principalmente um vómito visual de ideias. Vómito porque foi feito numa semana pelo meio da animação que me consome. Principalmente, é um exercício de edição sobre a forma de vídeo que eu quero produzir.

Friday 1 May 2009

3 - Serralves

Vai haver um acontecimento espectacular em Serralves. Uma homenagem ao Kenneth Anger. Vai haver conferência, mostra de filmes, concerto, the whole shebang. Ele vai lá estar a tocar o seu theremin e a mandar vir com alguém, provavelmente.

2 - Internet

Hoje vi uma notícia que me fez rir às gargalhadas. É uma coisa muito séria na verdade. Um momento, como biliões de outros (porque agora já só faz sentido contar-se um bilião, dois biliões, três biliões..), que muda o curso do desenvolvimento humano.
Um homem, vendo-se preso em casa com a sua mulher prestes a dar à luz, as ambulâncias retidas sabe-se lá onde, recorreu a vídeos no youtube para aprender a realizar o parto e fez ele mesmo o trabalho. Diz ele que se sentiu mais calmo depois de ver os vídeos e confiante de que ia conseguir. Já não interessa onde isto foi. É em qualquer lado.

Se pesquisarem no youtube até há vídeos para diferentes situações: How to deliver a baby in a car, in an emergency, at home...

1 - Robótica

Primeiro, Paul Granjon, que foi mostrar o seu trabalho a Middlesex. É um canadiano que faz performances com robôs que ele próprio constrói e programa. Está envolvido em mil e uma iniciativas de desenvolvimento da robótica, especialmente numa que seja mais DIY. Foi interessante, era uma pessoa bem disposta. Numa das suas performances, que tinha a ver com o pouco entendimento que a maior parte de nós tem da tecnologia que usamos todos os dias, ele volta aos rudimentos da tecnologia humana e tenta fazer fogo com paus, e ao que parece só depois d vinte performances é que ele conseguiu fazer uma chama. Um bocado obstinado. A próxima performance que planeia é baseada numa do Joseph Beuys, nem de propósito! I like America and America likes me - mas desta vez, com um robô programado para agir com uma mente animal. Giro, não é? Isto vai tudo acabar assim. Impressionou-me bastante como a robótica está evoluída.. Já se espera que assim seja, de qualquer forma, mas ver é diferente. Esta tecnologia que vos mostro está a ser desenolvida para fins militares - já dizia o Kubrick no 2001 que é assim que se evolui.