Friday 22 August 2008

The London Five


Ora então estou no canto da cozinha em que a rede do vizinho se apanha mais facilmente, porque parece ser o único sítio em que o Macbook Pro (ao contrário dos outros branquinhos da casa) navega normalmente.
A Rita está a tomar banho no cubículo de chuveiro a que mudamos o dito telefone para que a pressão da água fosse mais eficaz a remover o sabonete, e se o Jack White não estivesse a gritar-me para sermos amigos eu devia ouvir a água dentro das paredes e a bater dentro das paredes do cubículo. Os outros três devem estar algures espalhados pela casa. O Mário provavelmente no seu quarto, sentado à secretária acoplada ao seu beliche de primeiro andar TROMSO da IKEA a ver, sem chamar ninguém, mais um episódio dos Simpsons, e está tudo a postos a seu lado para trabalhar mas o Call of Duty por alguma razão ocupa sempre o ecrã todo e não o deixa. A Phuk e o Daniel habitam a sala e aliciam-me pelo Messenger a juntar-me a eles e ver um filme. Entre nós há talvez 7 degraus... a nossa casa é o filho pós-revolução industrial e pós-crise pós-11 de setembro da árvore dos Robinsons, a que gostamos de chamar Aldeia dos Macacos. O quarto grande que deve ter sido sotão durante pelo menos um século é o meu ninho e da Phuk. Tem um espelho comprido pousado no chão, encostado à parede e três janelas seguidas que dão à casa um mansard roof. Por baixo de nós vive o Zohan, quarenta anos depois da parte da sua vida retratada no filme interpretado por Adam Sandler. Chama-se Peter e é o nosso landlord.
Agora já não é o Jack White a cantar, são os Dirty Projectors. E para a próxima descrevo a casa com um vídeo e não com esta treta toda.

Beijinhos a todos.