Monday 22 June 2009

Stream of conscience no.182973982

Preocupa-me um bocado a minha posição como mulher. Preocupa-me conseguir ou não reconhecer uma atitude feminina nas minhas opiniões e acções. Não costumo pensar nas minhas opiniões como provenientes dessa perspectiva e é isso que me preocupa. Porque reconheço uma consciência e uma atitude femininas e no entanto não as acho predominantes no meu tipo de pensamento. Ou então não tenho capacidade para as reconhecer em mim porque estou completamente submersa nelas. Ou então porque as descarto. Se as descarto é porque devo achá-las inferiores, o que mostra uma atitude muito discriminatória da minha parte. Mas acho que devo a maior parte dos meus desgostos às minhas características mais femininas e portanto tendo a desconfiar delas. E porque é que considero essas coisas femininas é algo que o complexo de Electra explica melhor do que eu. De qualquer forma, não quero desvalorizar o género. O género como característica humana. Ou animal. Ou não sei, será que se pode considerar o género no animal, será que implica uma dimensão psicológica de tal ordem que não deva ser considerada no animal? Discriminação outra vez! A Clara que se controle senão ainda começa a dar valor ao homem de forma racional, e isso é loucura. O valor dá-se sentimentalmente, ponto. O que é que eu dizia no outro dia..? Os sentidos humanos são os cinco que aprendemos no terceiro ano, mais a razão, mais o sentimento, e são todos equivalentes. Todas as realidades existem paradoxalmente. E tanto faz. Baah..percebe-se porque é que os niilistas se tornaram todos decadentes.
Mas eu estava a falar de ser mulher.. Acho que não é muito feminino reconhecer que não existe valor, nem sentido, nem bem nem mal, nem ponte de forma alguma. Que cada um é e arrasta um mundo inteiro que é também, só para si. Não me parece muito feminino porque a atitude feminina está sempre muito activamente a reconstruir sobre estes valores, a exigir um caminho, a esperar comunicação!

Ou então não! Conheço muitas gajas que não são assim, mas isso é da educação, e da experiência. Lá no fundo, no fundo... Não sei.
Já escrevi este post há muito, e nunca o postei porque achei que ia ser incompreendido. Mas que seja. Também não sei se os outros foram compreendidos ou não e o que interessa aqui é espremer a esponja.

3 comments:

moita carrasco said...

nihilism has no gender

ah!

hinil sahemcompren tout le monde ;)

(este comentário pareceu-me algo ethereal. não sei se foi propositado.. ainda o hei de continuar pois é tudo uma questão de linguagem.)

TM said...

Como eu te percebo :)

Ana Aguiar said...

na verdade gostava de entender...

destilei pouco do texto bah
e porque temos de pensar de forma diferente deles? guiarmo-nos por sentidos diferentes? pah a vdd é que se tem a ideia que a mulher é quem se guia pelo coração, mas não é o que se constata. e também à que acrescentar que a atitude da mulher muda drásticamente quando passa a ter um fillho. deixa de ser só ela.
será isto pq sou a tipica mulher que precisa de um homem para se definir :x
mas eles também se moldam.
sempre quiz acreditar que era tudo igual...
que é uma atitude feminina clara?
:x


amanha leio sobre o complexo de electra e reescrevo aqui
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