The Darjeeling Limited é o quinto filme de Wes Anderson, que estreia nos cinemas introduzido pela primeira curta-metragem do realizador, Hotel Chevalier. Estes dois filmes, de preferência vistos juntos pois as suas histórias cruzam-se, são a confirmação há muito esperada de Anderson como cineasta, finalmente deixando para trás a sua reputação de realizador caprichoso. Em Darjeeling, Wes Anderson já usa a sua linguagem com segurança, experimentada e ensinada ao público nos seus filmes anteriores.
O filme segue a história de três irmãos que embarcam, um pouco frivolamente, numa viagem espiritual pela Índia, num comboio homónimo do filme. Contudo, depressa descobrem que não basta participar em todos os rituais indianos que encontram de cada vez que o comboio pára se querem mesmo voltar a sentir-se como antes. Antes de quê? É aqui que os temas de Anderson se revelam. As suas personagens procuram sempre uma redenção depois de terem passado por um acontecimento traumático, uma espécie de libertação do jogo de controlo de que se tornaram dependentes, e Darjeeling não foge à regra. É através da interacção dos três irmãos que nos apercebemos deste caminho das personagens, aliás, a relação entre eles é o principal foco do filme, sendo suficiente para os caracterizar. Anderson cria um ambiente que não lhes deixa outro caminho a não ser a partilha e o risco da confiança. Usa o comboio inteligentemente, um espaço pequeno em que as personagens se mostram tensas e defensivas, presas aos seus rituais controlados. Estende este cenário cheio, pesado e claustrofóbico às cenas nas cidades, dos rituais ineficazes. Até que as personagens são soltas num espaço amplo e vazio, onde são obrigadas a medir-se espontaneamente e não encontram paredes que as limitem. Encontram-se apenas uns os outros e é assim que Anderson os obriga a comunicar.
Numa altura em que cada vez mais a comunicação é feita à distância e a partilha parece mais confortável com estranhos, aparece um filme com três irmãos (personalidades distorcidas, como é normal, pela forma como se relacionavam com os pais) que se isolam para, juntos, procurar resolver aquilo que não os deixa avançar. É de aproveitar o exemplo, que é tratado de forma algo irónica, com um pessimismo leviano, por Wes Anderson, que continua fiel às suas personagens paradoxais e estilizadas, aos cenários caracterizantes e aos enredos teatrais.
4 comments:
Eu sou uma spoiler por natureza ^.^
Que é que queres oublá?
uhh
ainda tenho d dar uma ultima revisao a mha e depois posto.. temos d arranjar motivos de interessa para viciarmos as pessoas nisto ^^
*
ahh bom crazy se eu pussese os meus trabalhos num blog ia ter os profs a perna a dizer k copiei crazyy
ahhh ta muito bom :nod:
wweeeeey
Post a Comment